17,5% DOS ALUNOS DO 3º ANO FORAM REPROVADOS, EM 2015, NA REDE MUNICIPAL 15 de março de 2016 17,5% DOS ALUNOS DO 3º ANO FORAM REPROVADOS, EM 2015, NA REDE MUNICIPAL

Até o dia 06 de abril as escolas municipais estarão realizando a 2ª Etapa do Censo Escolar referente ao ano de 2015. Trata-se do momento onde as unidades escolares prestam contas sobre a movimentação de cada aluno matriculado naquele ano letivo, indicando as possibilidades: Aprovado; reprovado; Transferiu; abandonou e Faleceu.

O preenchimento deve ocorrer com base nos dados da Ata de Resultados Finais das escolas, em sintonia com os registros constantes nos Diários de Classe e nas pastas individuais dos alunos.

No ano letivo de 2015, a Rede Municipal de Ensino de Anguera contabilizou um total de 1.894 matrículas. Por etapa de ensino, as quantidades foram:

  

 

  MAIOR ESCOLA DA REDE MUNICIPAL

Na Escola Municipal Érico Sofia Brandão, a maior unidade da Rede Municipal, a técnica responsável pelo Censo Escolar é a funcionária Eliana Alves. Ela considera o Censo como “de suma importância a nível nacional, pois tem como objetivo coletar informações do aluno dentro da realidade que ele vive e, através destes dados, as unidades escolares passam a ter acesso a recursos”.

A Escola Érico teve um total de 472 alunos em 2015, sendo: 262 do Ciclo da Alfabetização (1º, 2º e 3º Anos); 148 do 4º e 5º Anos e 62 da Educação de Jovens e Adultos.

Abaixo, apresentamos a estatística da movimentação do aluno (ano 2015), no Érico Sofia Brandão, maior escola da Rede Municipal:


Percebe-se que no 3º  Ano do Ensino Fundamental, dos 109 alunos matriculados, 21 foram reprovados, representando um percentual de 19,3%. A supervisora pedagógica Cíntia Rodrigues Oliveira, considera estes dados como "um percentual alto, pois muitos alunos apresentam dificuldade de aprendizagem, sendo necessário forças para mudar essa realidade"


ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA

Buscando incentivar a alfabetização na idade certa, a Rede Municipal de Anguera realiza anualmente o Seminário do Ciclo da Alfabetização, refletindo com todos os segmentos envolvidos, a problemática do aluno estar ou não estar alfabetizado ao final do 3º Ano.

Na ultima edição do seminário, que ocorreu no dia 16 de outubro de 2015, foi construído um Plano de Ação Extraordinário. Este Plano de Ação consta de várias providências propostas para serem colocadas em prática. Segundo Cíntia Rodrigues, pedagoga responsável pela formação continuada de professores desta etapa, “as ações estão começando a ser realizadas, no intuito de contribuir com uma educação de melhor qualidade”. São ações diversas, com diferentes responsáveis e que precisam ser monitoradas.

Neste ano de 2016, a próxima edição do Ciclo da Alfabetização está programada para o dia 20 de abril.

 

CRIAÇÃO DO NALFA

Uma ação, que também envolve a comunidade, planejada para o incentivo à alfabetização na idade certa, foi a criação do Núcleo Municipal da Alfabetização (NALFA). Trata-se de um colegiado com a participação de diversos segmentos, que terá a atribuição de acompanhar as ações que constam no Plano Extraordinário.

 

 PROGRAMA NACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO

NA IDADE CERTA

Quanto à prática pedagógica, os professores do Ciclo da Alfabetização participam de formações através do programa Nacional da Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). Nos encontros, os professores são orientados quanto à prática “alfabetizar letrando” e discutem caminhos e possibilidades para contribuírem com o avanço no desenvolvimento dos alunos.

 

ESCOLA MUNICIPAL LEÔNCIO HORÁCIO

Na Escola Municipal Leôncio Horácio de Almeida, no Povoado de Guaribas, dos 20 alunos matriculados no 3º Ano, em 2015, foram reprovados 04, representando um percentual de 20,0%. A Coordenadora Pedagógica, professora Ednalva Pereira Lima, considera o índice “muito alto”.

A coordenadora garante que na Escola Leôncio, os professores tem desenvolvido uma prática pedagógica contextualizada, a fins de viabilizar a aprendizagem dos alunos. “É preciso intensificar constantemente essa prática, para que os direitos de aprendizagem sejam garantidos no final do ciclo de alfabetização”, afirma Ednalva Lima.

 

 NÚCLEOS ESCOLARES

Nos três núcleos escolares, no ano de 2015, a matrícula no 3º Ano somou um total de 37 alunos. Dos quais, 04 foram reprovados, representando 10,9%.

Na opinião da professora Sizeli Aragão dos Santos, coordenadora pedagógica do Núcleo Escolar localizado nas regiões de Areia e Caraíbas, “além deste percentual de reprovação, existem muitos alunos que foram aprovados, mas ainda apresentam dificuldades de aprendizagem”.

Por sua vez, a professora Antonia Iraildes dos Santos Silva, diretora do Núcleo Escolar da região entorno do Contorno de Bonfim, considera “ser necessário analisar e refletir todo o contexto que se dá desde a educação infantil até o 3º Ano, a exemplo de alguns fatores como a falta de acompanhamento dos pais, metodologia de ensino, desigualdade social e outros que pode  prejudicar o processo de desenvolvimento, ou seja, o ciclo de alfabetização do educando”.

 

 ESTATÍSTICA GERAL DA REDE REFERENTE AO 3º ANO

Em toda a Rede de Ensino, a matrícula no 3º Ano, em 2015, somou um total de 166 alunos, dos quais, 29 foram reprovados, representando um percentual de 17,5% de reprovação.

Este quantitativo de reprovados acaba gerando, nas escolas, um fluxo de alunos em defasagem idade x série, e com déficit de aprendizagem. Esta realidade acaba por influenciar no nível de desenvolvimento das turmas, no ano escolar subsequente.

 

 POR QUE MUITOS ALUNOS NÃO ESTÃO

ALFABETIZADOS NA IDADE CERTA?

O projeto OUVESEC, recém criado pela Secretaria de Educação, dialogou com três professores da Rede Municipal, pedindo a opinião deles em relação a esta reflexão: por que muitos alunos não estão alfabetizados na idade certa?

Confira abaixo as respostas dos professores:

Professora Ana Rosa Pereira, Escola Municipal Érico Sofia Brandão: “Muitos alunos chegam ao 3º Ano sem dominarem as competências e habilidades que deveriam, por isso, eles não avançam. Geralmente, falta interesse pelos estudos, falta acompanhamento em atividades extraclasse e existe também uma carência de professor alfabetizador que realize um trabalho pedagógico diferenciado com este público”.

Professora Maria José de Almeida, Escola Municipal Leôncio Horácio de Almeida: “Percebe-se que muitos alunos não adquirem os direitos de aprendizagem nos anos anteriores e sem essas habilidades, eles não conseguem avançar. Eu acho que para estes alunos, deveria haver a retenção no 2º Ano”.

Professora Daniela Freitas Ataíde, Escola Ovídio Balbino de Almeida: “Acredito que existem diversos fatores, entre eles a dificuldade na aprendizagem e a falta de acompanhamento dos pais, pois a família não oferece suporte. No 1º e no 2º Ano, estes alunos não adquirem as habilidades que deveriam”.

 

   INTERFERÊNCIAS NA APRENDIZAGEM

A professora Ana Paula Lima dos Santos vem desenvolvendo uma ação na Rede Municipal, acompanhando alunos que possuem dificuldade de aprendizagem. Conforme a professora, “este déficit na aprendizagem, o que gera um fluxo de crianças não alfabetizadas, tem como principais motivos a falta de habilidade do professor, problemas emocionais, má alimentação, dificuldades de concentração e memória, defasagem idade x série, metodologia incompatível para a turma, falta de estimulo, quadros neurológicos, quadros psicológicos”.

O trabalho da professora Ana Paula Santos consiste em acompanhar, avaliar e mediar, fazendo um trabalho concomitante ou posterior, referente ao conteúdo pedagógico e as habilidades acadêmicas, para auxiliar a criança de forma mais efetiva. Independente da escolha das estratégias para lidar com o problema trabalhando em parceria com os coordenadores e professores regentes.

Fonte: SEC